A SENHA QUE ME ASSANHOU.

  
Fiquem tranquilos, o título não está errado, ninguém tomou litros do chá de Santo Daime, que deixa todo mundo doidão, enfim, está tudo sob controle e, eu explico.
Recebi um e-mail do banco, dizendo em educadíssimo e gentil texto que, agora eu teria uma nova senha provisória e seria:
 #b u n d o n*. 
Quando eu quisesse acessar o diskInternetbank, deveria digitar isto e, após, o primeiro acesso, eu teria que mudá-la por outra que, fosse da minha preferência, com a qual eu mais me identificasse, achasse mais acessível ou mais bonita.
Esses caras pensam o quê?  Que eu sou tarado em senha? Que vivo sonhando com senhas? Afinal, o que eles quiseram dizer com aquela insinuação sobre uma nova senha que fosse da minha “preferência”?



Então, no primeiro acesso ao banco eu já coloquei a nova senha da minha “preferência”, e pensei numa que lembrasse uma boca bem carnuda e gostosa, com aqueles cabelinhos no braço fininhos tipo pêssego, uma nádega atrativa empinada e atrevida, um coxão invejável, uma voz meio rouca, quente e um rostinho enlouquecedor que era: 1teson.


Para minha surpresa em todos os outros acessos que fiz ao tal disk bank, me informavam que havia erro na nova senha e me passaram para a atendente.
-Boa noite, senhor. Meu nome é Roberta. Com eu quem eu falo, por favor?
-Comigo - respondi em tom debochado e querendo ser engraçadinho para me vingar da rejeição de minha senha.
-Pois não, senhor Comigo, em que posso servi-lo?
- Bem querida, aí, varia muito, depende muito dos seus horários, das suas motivações...
-Não entendi senhor, Comigo.
-Então deixa pra lá – respondi, praticamente resmungando feito uma criança que não ganhou o doce que pediu.
-Qual é o seu problema, Comigo?
-Com você nenhum, mas com o banco,estou com todos, pois dizem que minha nova senha, não está correta.
-Quantas tentativas o Senhor já fez?
-Três, minha filha.
-E nada? – perguntou surpresa.
-É minha fila com o passar da idade três tentativas e um belo sono é tudo o que resta desta festa-(risos e gargalhadas de ambos os lados).
-Não entendi senhor- retrucou tentando disfarçar.
-Deixa pra lá- resolvi não insistir
-Ah, sim... agora entendi- e deu um risinho sacana.


Logo em seguida perguntou uma serie de dados que, segundo ela, seriam necessários para aprofundar a pesquisa da minha situação e, confesso que, aquela palavra “aprofundar” me excitou, assim do nada! Uma besteira, né?Besteira para vocês, para mim mexeu com os meus fetiches vernaculares virtuais telefônicos. Certas palavras me excitam. Pronto!



Roberta retornou:
-Não encontrei nada.
Logo em seguida retruquei:
-É porque você está procurando no lugar errado.
- Como assim? Não entendi senhor.
E sempre que Roberta não "entendia" eu pensava que era uma provocação sensual, um jogo de sedução, e ficava mais envolvido, pois a ingenuidade feminina me coloca a beira da loucura.
-Posso fazer um negócio para o senhor? perguntou Roberta com voz de locutora de aeroporto.
Antes de responder fiquei pensando naquela atendentizinha ingênua, fazendo “coisas” para mim, de shortinho jeans curtíssimo, com o nome do banco escrito numa camiseta branca fininha toda molhadinha e deixando transparecer aqueles dois seios,e uma pena por serem só dois e não, uns seis ou oito, seria bem melhor,todos absolutamente acesos, olhando cada um para um lado e bem pra cima.
Fiquei viajando.



-Posso?- indagou Roberta demonstrando certa ansiedade.
-Ah, sim, pode!
-Eu vou fazer o seguinte: vou lhe dar uma nova chance e deixar que o senhor digite uma nova senha, em substituição àquela antiga nova senha bancária que o senhor tinha, posso?
-Que ótimo, mas posso antes fazer uma pergunta?
-Pode aprofundar senhor- ela estava me provocando.
-Roberta, você é casada?
-Casada senhor. Tenho saudade da minha lua mel! – disse como se ainda estivesse lambendo os beiços e rindo delicadamente, com certo ar nostálgico de “quero mais”.
-Então, mas vamos fazer uma troca, Roberta?
-Que troca senhor?
Já com a respiração acelerada, minhas narinas abertas, o rosto queimando e a ponta das orelhas em brasa, disse quase em voz de súplica, imaginando o melhor.
- Roberta, eu deixo você me dar uma nova chance de uma nova senha, mas depois você me deixa ter também, a chance de uma nova lua de mel com você em substituição, àquela antiga nova e única lua de mel que você já teve há muito tempo?
-Que é isso senhor, Comigo?
-É com você mesmo sua gostosa, fingindo ser ingênua e com essa sua voz trêmula de ansiedade, tipo mulher fatal! Pensa que não estou notando?
-Eu?



-É você sim, sedenta por um homem que a faça esquecer completamente a sua primeira e antiga lua de mel, implorando disfarçadamente, por uma nova em substituição- afirmei desesperado.
-Ah, o senhor é tão engraçado... -Disse, mas já , toda melosinha e esbanjando charme.
-Sou muito engraçado, sim minha vida, meu tudo, e você ainda não me viu de sunguinha preta, que ressalta a espada quando me fantasio de Pirata do Caribe, minha delicinha - finalizei ofegante.
Bem, ficamos por aqui, pois, além da nova senha, ganhei uma nova amiga atendente e, apesar de ser um homem muito discreto, reservado , decente,casto,pudico, respeitoso, recatado,cortês,distinto e educadíssimo, não poderia jamais negar a vocês que, a comi, simmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!
Ou vocês queriam que eu mentisse?


TAREFA INGLÓRIA.


 

Você não estaria lendo isto, se os atos mais primitivos, instintivos e naturais das espécies, não tivesse funcionado: o sexual.
E através dos tempos, no entanto, se pergunta: como tem funcionado?
Na aurora da humanidade as fêmeas eram pegas de surpresa, por trás como qualquer outro animal, possuídas pelo macho predador, com invulgar violência, determinação e que nunca pediam licença.
Depois jogava fora aquele chumaço de cabelo que lhes ficava nas mãos e na boca,  saindo correndo pelas estepes, saltitantes e aliviados!
As fêmeas, todas molhadinhas, encostavam-se nas paredes da caverna e para variar lamentavam:
- “Não agüento mais ejaculação precoce!”.
O ato mecânico e sob coação, jamais lhes motivava fazer ao parceiro a clássica pergunta:
-E  foi bom pra você?
 Não havia as tão esperadas preliminares entre o casal, muito menos a identificação e exploração do propalado pontos G,H,Y,K,W,U , e J , entre outros. 
A relação custo x beneficio daquelas relações era somente a perpetuação da espécie, nestas complexas engrenagens. 


No entanto, ao examinarmos estes seres humanos com os rigores da lente da ciência e identificar-lhes as diferenças sutis entre o homem e mulher, identificaremos comportamentos importantes e muito diferenciados, desde os primórdios destes relacionamentos.
Dados antropológicos atestam de que o hominídeo sempre saia alegre, leve e saltitante pelas estepes, com um sorriso de canino a canino, após a relação sexual - que como já vimos era quase um estupro - e a fêmea ficava encostadinha se lamentando, choramingando, sem entender nada do que estava acontecendo, a não ser as evidências que ocorriam nove meses depois!                       




Então, fica muito difícil cumprir esta árdua tarefa de explicar, explicar e explicar, a verdade incontestável (?)   de que, homens e mulheres foram criados para se completarem.
Muito difícil, sinônimo de impossível.
Fala sério!
É assim, desde Adão e Eva, inclusive dando todo aquele tremendo quiproquó. 
Isto porque, um precisa da parte de outra e, outra precisa da parte de um.
Junto e misturado.



Quando, são só amigos, podem até pintar quadros avulsos, pular amarelinha, jogar paciência a noite toda.
Quando amantes, no entanto, são capazes de tantas pinceladas que podem gerar imensas pinacotecas.
Olha vou ficar por aqui, pois é uma atitude inglória querer explicar como e onde estes dois gêneros  tão distintos, se completam.
Esquece.